A depressão na adolescência se tornou ainda mais frequente no período pós-pandêmico. Ela é um sofrimento psíquico que provoca alterações no humor e desordem emocional, devendo ser tratada com seriedade, responsabilidade e empatia por nós, profissionais de psicologia.
Devemos saber diferenciá-la da tristeza. Por exemplo, um evento como a morte de um familiar desencadeia o período de luto na vida do sujeito, mas pode ser um período passageiro de entristecimento proveniente da perda, não significando necessariamente, sinal de depressão.
Por isso, a esperança é um atributo fundamental para ser desenvolvido nessa fase. Ela significa: a fé corajosa no futuro, a cura de uma doença, a realização de um sonho, a espera pela vitória e a expectativa sobre dias melhores. O sentimento de esperança é uma ferramenta potente no combater a depressão.
O suicídio é a segunda causa de morte mais frequente entre adolescentes, mas de acordo com a OMS, a prevenção pode funcionar em 90% dos casos e não precisamos esperar o “setembro amarelo” para falarmos sobre isso.
Mas, afinal, como identificar um adolescente em depressão no meio escolar?
As mudanças de humor podem ser grandes indicadores, mas não apenas de tristeza, a raiva excessiva é bem comum nesses casos. Queda do rendimento escolar também é um agravante, mas ao mesmo tempo pode ser causada por outros motivos. Alterações no sono e apetite e automutilação são fortes indicadores, porém, para percebê-los deve haver atenção e boa comunicação entre o profissional de psicologia, os estudantes e professores.
Se há a externalização de pensamentos sobre suicídio por mais sutis que sejam, ele é outro fator de alerta fundamental. Além disso, os sintomas físicos também podem aparecer por meio de dores musculares, dor de barriga, constipação, dor de cabeça, enxaqueca, bruxismo, dentre outros.
Quando identificado, o que o profissional de psicologia escolar pode fazer?
Primeiro, oferecer a escuta e acolhimento é fundamental, mostrando que o jovem não está sozinho e que pode confiar no apoio da escola. A comunicação com os responsáveis é importante, mas tudo deve ser feito incluindo o adolescente, pois gera o sentimento de confiança no jovem.
Após isso, a indicação de acompanhamento médico e psicológico deve ocorrer, por isso já devemos ter em mente possíveis indicações, pois nossa atuação de psicólogos escolares não é de consultório, a terapia acontecerá em outro ambiente, podemos contribuir apenas com a identificação do problema e nosso apoio nesse momento.
Gostou? Em breve irei lançar o meu produto fixo de projetos nas escolas, e nele eu falarei sobre prevenção a depressão e suicídio. É um tema de nossa responsabilidade como psicólogos escolares nos atentarmos e lutarmos ao máximo para combater esse problema.